No mês de setembro ocorre a campanha de prevenção ao suicídio. O que muitos não sabem é que “o suicídio é uma das principais causas de morte materna” desde o início da gestação até o primeiro ano de vida do bebê.
À medida que nos unimos para apoiar a campanha do Setembro Amarelo, é essencial lembrar que a saúde mental materna é uma parte vital dessa conversa. A maternidade é uma jornada incrível, mas também pode ser desafiadora, e muitas mamães podem estar enfrentando uma montanha-russa de emoções.
O Setembro Amarelo, dedicado à prevenção do suicídio, nos lembra da importância de estarmos atentos aos sinais de sofrimento emocional, não apenas em nós mesmas, mas também em outras mães ao nosso redor. Infelizmente, as mães não estão imunes ao risco de pensamentos suicidas, especialmente quando lidam com transtornos de humor específicos do período gestacional e do pós-parto, como a ansiedade perinatal, depressão pós-parto e psicose puerperal.
O período entre gestação, parto e pós-parto é o intervalo de maior vulnerabilidade para adoecimentos psíquicos na vida de uma mulher, e especialmente quando já há um histórico de transtornos mentais, o risco de suicídio aumenta em 70x mais no primeiro ano após o nascimento de um filho.
A romantização da maternidade e a crença de que todas as mulheres devem estar plenas e felizes durante esta fase é um dos fatores que agrava este cenário e dificulta a percepção dos sinais e sintomas.
Cerca de 1 a cada 4 mulheres no período do pós parto apresentam sintomas depressivos, como uma tristeza fora do comum, sentimento de culpa constante, desânimo, sentimento de inutilidade, falta de prazer, choro e angústia, busca pelo perfeccionismo e baixa autoestima.
É essencial compreender que buscar ajuda não é sinal de fraqueza, mas de coragem. Se você ou alguém que você conhece está lutando com sentimentos de desespero, isolamento, ou pensamentos suicidas, saiba que existem recursos e apoio disponíveis. Profissionais de saúde mental especializados em perinatalidade podem oferecer orientação e tratamento eficazes para ajudar na recuperação. Além disso, a rede de apoio social desempenha um papel fundamental. Conversar com amigos e familiares sobre seus sentimentos, preocupações e necessidades pode ser um passo poderoso para a cura. A empatia e o apoio dos entes queridos podem fazer toda a diferença.
Neste Setembro Amarelo, vamos estender nossos braços e corações para apoiarmos umas às outras. Vamos ser vigilantes em relação à nossa própria saúde mental e à saúde mental de nossas amigas e familiares que são mães. Juntas, podemos criar um ambiente de compreensão, solidariedade e apoio, onde todas as mães se sintam valorizadas e capazes de buscar ajuda quando necessário.
Aos profissionais que atuam no ciclo gravídico puerperal, é importante ficarem atentos. E para PREVENÇÃO encaminhem gestantes e puérperas ao serviço de Psicologia especializado para realizarem seu pré-natal psicológico e avaliarem sua saúde mental.
Em resumo:
- Se você está passando por isso, busque ajuda.
- Se conhece alguém que não esteja bem, lembre-se:
- alguém que pensa em desistir da própria vida se encontra em profundo sofrimento e precisa de ajuda!
- nenhuma conversa informal substitui o atendimento de profissionais como psicólogos e psiquiatras.
- escute, acolha, apoie e incentive a busca por acompanhamento profissional para quem está vivendo uma situação como essa.
“Se tem vida, tem jeito!”
“Você não está sozinha!”
Por Luciana Wovst
Psicóloga Perinatal